boa noite, diretamente de uma das várias madrugadas que venho passando acordada!

quem diria que é possível, em nem 6 meses, fuder tanto a própria vida. meu sono está completamente desregulado, minha saúde mental em declínio, minha vida acadêmica em ruínas (no momento, postergando meus estudos pois estou ansiosa e frustrada para uma prova que tenho daqui algumas horas!), minha vida amorosa já foi mais sólida e segura, meu tempo de qualidade sozinha e/ou fazendo coisas que gosto foi pro caralho. a única coisa que posso dizer que não é um desastre completo é minha vida social, mas porque ela veio de um lugar tão, tão baixo do ano passado, que qualquer coisa parece melhor.

e meio que estou enlouquecendo devido a isso... o que resta pra dizer que eu ainda sou eu mesma? se tudo mudou: os meus arredores, minha casa, minhas companhias, minhas paixões, meu próprio corpo... o que resta pra dizer que ainda sou eu? não sei. particularmente, não estou me sentindo muito eu nos últimos tempos. sei que não é tarde demais para ajeitar as coisas, e ainda consigo fazer muito a respeito, mas não tenho forças e nem motivação pra isso. só queria largar tudo, livrar-me das responsabilidades e tarefas.

eu me sinto tão sozinha. e comparativamente, estou o mais sozinha que já estive nos últimos 6 anos. eu queria poder contar com alguém, falar coisas bobas a qualquer momento, ter uma relação em que eu não duvidasse um segundo sequer do meu valor e do quanto me querem ali. as vezes que falei isso pra alguém nas últimas semanas, disseram que posso substituir isso com várias pessoas, cada uma assumindo um papel. é verdade? é. mas não é nem de perto a mesma coisa, e isso é algo que só se percebe assim que se perde. e não estou sendo dramática, até porque penso que venho lidando com isso melhor do que esperava.

e com a minha solidão, eu só me sinto vazia. não lembrava de ser tão carente assim, mas acho que só sou porque há alguém a quem anseio esse carinho. caso contrário, imagino que eu estaria lidando muito melhor com minha própria e única presença. infelizmente, a situação é tão mais complexa do que aparenta, e a solução se torna difícil também. na verdade, melhor do que uma solução, vejo que a saída é reprimir tudo isso pra mim mesma até eu ir embora, e ninguém ficar sabendo à fundo, pois imagino que ninguém se importe o suficiente!

infelizmente, eu amo e me importo demais. seria mais fácil pra mim se não fosse assim, eu provavelmente não estaria sofrendo tanto. e o pior é que apesar disso a vida continua, tenho que lidar com essas questões e sentimentos de forma concomitante a todas as outras responsabilidades, relações, saúde e afins... enfim, lá veio meu desabafo, não consegui guardar tudo pra mim mesma.